28 outubro 2013

What lives within... (A Alopecia em minha vida)

Como eu já disse antes, faço terapia há muitos anos.

Quando a gente faz terapia, a gente lida com monstros. Lida com um lado negativo e que nos prende a fantasias e sentimentos que nós mesmos criamos na mais tenra infância, por puro amor e senso de proteção. É fácil culpar nossos pais por isso tudo, afinal nós éramos crianças muito pequenas. Mas na realidade, eles fizeram o melhor que puderam e conseguiram, assim como eu faço hoje com a minha filha. O problema foi o que nós fizemos das falhas e erros cometidos por eles, como nós lidamos com isso.


É tão difícil desapegar de todo um padrão de comportamento e do apego àquilo de negativo que nos liga, primeiro aos pais, depois às pessoas que convivem conosco. E é incrível como nós nos apegamos ao negativo, à falta, àquilo que faltou. Porque, veja bem, nossos pais podem ter errado, mas acertaram aos montes, tipo quase 100%. Só que para nós, o apego é ao mais difícil, é ao que faltou. E sem isso, parece que fica um buraco. E é com esse buraco vazio que temos que seguir a vida, para podermos viver mais plenamente. Desapegar dessas coisas que criamos - fantasias, padrões - deixa um vazio (que sempre foi vazio, mas a gente insistiu em preencher com as fantasias e tal para podermos seguir menos inseguros).

No fim, foi tudo uma questão de sobrevivência.

Mas a questão é se responsabilizar e encarar os próprios monstros. É se dar conta de que, se faltou algo (vínculo, amor, carinho, atenção, etc), faltou mesmo e não há nada que se possa fazer. É ficar com esse vazio simplesmente VAZIO. E que há outras milhares de coisas boas que nós podemos tomar dos nossos pais, da nossa família, para podermos ter uma vida mais plena, mais inteira, mais real, mas verdadeira, mais essencial.

Eu falo em "nós". Mas na realidade devo falar na 1ª pessoa.

Tem sido difícil lidar com a vagareza do tempo. É como se eu vivesse em dois tempos diferentes: o tempo da vida cotidiana (que passa bem rapidamente), e o tempo que o meu cabelo leva para crescer. E é esse segundo que tem sido difícil. Sim, ele está crescendo, em várias áreas da cabeça. Nasce bem bem bemmmm loirinho, transparente, e vai crescendo. O problema é que o crescimento é irregular, então cresce mais em umas partes do que em outras. Outro problema é ainda não parou de cair completamente.

Quase não me resta mais cabelo. Há 3 meses atrás, eu comecei a usar as boinas e os chapéus. Ou seja, foi quando ficou impossível esconder a Alopecia sem algo em cima da cabeça. Mas ele está caindo há muito mais tempo (tipo quase 2 anos). Quanto tempo será que levará para eu me livrar dessa Alopecia e ter meu cabelo inteiro de volta?

Tem dias em que me sinto muito feia e com "cara de doente" ao me olhar no espelho. Tem dias em que me sinto meio punk e penso que seria legal sair na rua assim, parecendo que fiz um moicano. Tem dias em que me pergunto se seria bom raspar tudo e sair na rua careca.

Hoje, me olhei e senti como se faltasse um pedaço de mim.

Sim, isso certamente será o tópico da próxima sessão de terapia.


Kisses,

A.

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